Todos nós reconhecemos que a internet sem o Google não seria a mesma
coisa. Larry Page e Sergey Brin revolucionaram o mundo da
internet. Pois, mas não foi só isso que revolucionaram.
Que o diga Jeffrey Kantor, um homem que trabalhava para o governo
americano e que viu a sua vida mudar de um momento para o outro. Tudo
porque, umas semanas antes do aniversário do filho e pensando num
presente para lhe oferecer, usou o motor de busca Google para pesquisar
por ‘How do I build a radio-controlled airplane’ algo como “Como
construir ao avião telecomandado”. Como sabemos o Google tem a função autocomplete (autocompletar) e mal o americano escreveu How do I build a radio-controlled o Google sugeriu logo ‘how do I build a radio controlled bomb’,
algo como ”Como construir uma bomba telecomandada”. Sem se aperceber da
sugestão “malévola” o homem carregou no Pesquisar. Não reparou que a
função autocompletar da pesquisa Google, havia completado “bomb” (bomba)
em vez de “airplane” (avião).
Foi o fim do seu sossego. Desde então, Kantor ficou sob vigilância
constante, com todos os seus movimentos físicos e virtuais rigidamente
controlados pelo governo, pensando que ele era um potencial bombista.
Ele recorreu à Justiça, dizendo ser regularmente visitado por dois
investigadores federais, que o tem ameaçado com observações
anti-semitas. O recorrente alega também que, depois de sofrer assédio
moral de superiores e colegas, incluindo ameaças de morte, foi demitido
da empresa onde trabalhava a Appian Corporation.
Kantor agora pede uma indemnização de cerca de US$ 58,8 milhões de
dólares (cerca de 42 milhões de €) por danos de vários tipos. Acresce
ainda uma providência cautelar para que o Estado pare de imediato de o
espiar.
Jeffrey Kantor iniciou o processo contra a empresa que o despediu,
alegadamente por causa da busca no Google, a Appian Corporation. Mas
para além da empresa Kanror tem demandado uma série de funcionários do
governo – incluindo o procurador-geral Eric Holder, o diretor dos
Serviços de Inteligência dos EUA James Clapper, o diretor da CIA, John
Brennan, o secretário de Defesa Chuck Hagel e o secretário de Estado
John Kerry .